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terça-feira, 30 de setembro de 2014

Hekel Tavares



Hekel Tavares
Compositor, regente e arranjador nasceu em
Satuba AL (16/9/1896)
Rio de Janeiro RJ (8/8/1969).
Estudou piano com uma tia e, ainda criança, aprendeu harmônica e cavaquinho, já demonstrando grande interesse pelas manifestações populares.
Foi para o Rio de Janeiro em 1921 e iniciou-se em orquestração com J. Otaviano. Ao lado de Valdemar Henrique, Marcelo Tupinambá e Henrique Vogeler, sob a influência nacionalista da Semana de Arte Moderna (1922), criou um tipo de música situado na fronteira do erudito e do popular.
Iniciou-se profissionalmente como compositor de teatro de revista, fazendo em 1926 a música para a peça carnavalesca Está na Hora, de Goulart de Andrade, levada no Teatro Glória. Ainda em 1926 apareceu regendo uma orquestra na revista Plus-ultra, no mesmo teatro. Sua primeira composição de sucesso foi Suçuarana (parceria com Luiz Peixoto), lançada em 1927.
Autor de mais de 100 canções, alcançou seu maior êxito com Casa de caboclo (com Luiz Peixoto), gravada em 1928 por Gastão Formenti na Parlophon, e no mesmo ano Eu ri da lagartixa foi lançada por Patrício Teixeira, naquela gravadora.
Em 1927, para o Teatro de Brinquedo (idealizado por Álvaro Moreira e outros), que funcionava no subsolo do Teatro Cassino Beira-Mar, musicou a peça de estréia, sendo também o pianista desse espetáculo e de outros que se seguiram. Essa experiência de teatro ligeiro e elegante teve pouca duração, pois era ainda muito reduzido o público de alta classe média, para o qual eram dirigidos os espetáculos. Assim, ainda em 1927, o compositor se viu na contingência de voltar às revistas mais populares dos teatros da Praça Tiradentes.
Em 1933 Jorge Fernandes gravou, na Odeon, O que eu queria dizer ao teu ouvido (com Mendonça Júnior). Nesse início da década de 1930, fez ainda Favela (com Joraci Camargo), Chove!... chuva!... (com Ascenso Ferreira), Bahia (com Álvaro Moreira), Banzo (com Murilo Araújo), Na minha terra tem (com Luís Peixoto), Felicidade (com Luís Peixoto), Guacyra (com Joraci Camargo), Leilão (com Joraci Camargo), lançada em 1933 por Jorge Fernandes, na Odeon, e Caboclo bom (com Raul Pederneiras), gravada na Columbia em 1942, por Jorge Fernandes etc.
Em 1935 fez sua primeira composição erudita, André de Leão e o demônio de cabelo encarnado, poema sinfônico baseado no poema de Cassiano Ricardo (1895-1974) e lançado em álbum, com libreto ilustrado pelo gravador Osvaldo Goeldi. Inspirando-se sempre na música regional, continuou a produzir no gênero erudito, editando suas obras por conta própria.
 De 1949 a 1953 percorreu quase todo o Brasil, em missão especial do então Ministério da Educação e Saúde Pública, pesquisando motivos folclóricos que utilizaria em diversas obras, como no poema sinfônico O Anhangüera, para orquestra, coro misto, solistas e coros infantis (com argumento de sua esposa, Marta Dutra Tavares, e poemas de Murilo Araújo), composição em que utilizou instrumentos de percussão dos índios Tucuna, do alto Solimões, e o conhecido motivo indígena Canide ioune.
Ainda com o material obtido na viagem, em 1955 fez Oração do guerreiro, para baixo profundo. Compôs ainda Concerto, para piano e orquestra; Concerto em formas brasileiras, p/violino e orquestra; O sapo domado e A lenda do gaúcho, fantasias infantis. Deixou inacabados: Rapsódia nordestina e Fantasia brasileira, ambas para piano e orquestra, e o drama folclórico Palmares.
Em 1996 Fernando de Bortoli escreveu Hekel Tavares - O mais lindo concerto para piano e orquestra, São Paulo, Edição do autor, onde incluiu listagem das obras, discografia e bibliografia sobre o compositor.

Ouça abaixo a música AZULÃO de Hekel Tavares e Luis Peixoto com o violão de Paraguassu  e o proprio Hekel Tavares ao Piano

Meu Fio



José Carlos Nobrega. O Meu Fio
Genial pianista Pernambucano que atuava nas Boates e casas noturnas de São Paulo no final dos anos 50 e anos 60, Sem mais informações no google
 

Guarany



Guarany Nogueira
O toque de Guarany
Como um baterista curitibano, com apenas uma perna, inventou a mundialmente famosa levada da bossa nova
Em qualquer lugar do mundo onde você puder encontrar um baterista, é provável que ele saiba mais ou menos o que fazer se for solicitado a tocar bossa nova. Ele puxará uma baqueta tipo vassourinha, se tiver uma à mão, deitará outra na borda da caixa, e fará aquela levada discreta e seca que remete diretamente ao divisor de águas da música brasileira – o LP Chega de Saudade (1959), de João Gilberto.
Como a história da música pode ser bastante cruel para os instrumentistas – frequentemente sequer mencionados nas fichas técnicas dos maiores discos já feitos –, pouca gente terá notado os nomes do time de percussionistas que penou para satisfazer o ouvido exigente de João nas gravações.
Entre eles está o de Guarany Nogueira, baterista de jazz curitibano, morto quase anonimamente aos 52 anos, em 1980. Ele e o também pouco lembrado Juquinha Stockler (1930-2009) – escolhido a dedo por João Gilberto justamente por ser o “rei da vassourinha” – teriam levado um mês para achar o acompanhamento rítmico ideal.
Tião Cruz, baterista curitibano radicado no Rio de Janeiro, diz ter ouvido que a batida teria surgido em uma das sessões madrugueiras (o baixista do lendário Tamba Trio, Bebeto Castilho, também lembra de gravações com João Gilberto que duravam dois dias ininterruptos). Gebran Sabbag, pianista recentemente de volta à ativa na noite curitibana e ex-parceiro de Guarany em diversas formações de jazz nas décadas de 50 e 60, relata a história tal qual ouviu do próprio baterista.
“Lembro do Guarany narrando. ‘Peguei a caixeta [instrumento de percussão], fiz a levada e o João falou: – É isso aí, é isso aí! Se fizer isso aí qualquer estrangeiro vai conseguir tocar samba!’”, conta Gebran.
Robertinho Silva se fia no que ouviu do próprio Juquinha. “Li em um jornal de 1988 ou 1989 que o João Gilberto inventou a batida da bossa nova para bateria”, lembra. “Fui falar com o Juquinha. ‘Vem cá. Vamos conversar de perto: foi mesmo o João Gilberto que te ensinou a tocar?’ Ele respondeu: Que nada! Foi o Guarany. Ele foi o primeiro cara a fazer isso nas gafieiras, fazendo com a vassourinha essa coisa da bossa nova. Foi o Guarany que inventou essa história’”, relata Robertinho. “Juquinha gravou a vassourinha, mas quem dava o sotaque era o Guarany.”
Foi o esquema rítmico que pegou desde então. O baixista Bebeto Castilho, que gravou com Guarany no LP João Gilberto, de 1961, fala da importância do baterista. “João queria um negócio que levasse o ritmo, seguro, e ao mesmo tempo com aquela sonoridade muito do João. E Guarany matou a charada”, conta. “Ele foi fundamental, porque criou uma coisa que ficou universal.”
Norton Morozowicz, que tocou com Gebran e Guarany no trio Ludus Tercius na segunda metade da década de 1960, atenta para um detalhe importante: o baterista, vítima de paralisia infantil, não tinha movimento na perna esquerda – fundamental para o ritmo na bateria. “Foi um curitibano, sem uma perna, que criou esse balanço”, diz.
O talento de Guarany estava no lugar certo e na hora certa. O baterista se mudou para o Rio de Janeiro já no fim da década de 1950, na mesma época em que o paranaense Waltel Branco – que, aliás, assina os arranjos de Chega de Saudade, outro fato nem sempre reconhecido. Foi o maestro que levou o percussionista para o projeto. “Guarany estava na ordem do dia. Tocava no Beco das Garrafas, e era sempre solicitado para tocar com aquela turma toda”, lembra Morozowicz.
Waltel já tocava com Guarany em Curitiba, e conta que chegou a morar com o baterista e João Gilberto no Rio de Janeiro. Eles dividiram o palco diversas vezes na noite carioca. “Estávamos sempre juntos, tocando em boates”, lembra Waltel. O maestro vai mais longe: diz que já tocavam mesmo a bossa nova muito antes de Tom Jobim e João Gilberto.
“A bossa nova começou bem antes disso. Começou aqui. Eu e o Gebran tocávamos. Garoto também já tocava”, diz. “O Tom pegou do meio para frente, com a vantagem de ter jornalistas para escrever sobre ele, e ficou como fundador.”
A bossa nova, então, teria algo de curitibano. “Havia efervescência musical naquela época de que ninguém mais fala hoje”, diz Morozowicz, citando músicos como Raul de Souza, que veio para Curitiba como sargento da aeronáutica, e Airto Moreira, que começou a carreira nas noites curitibanas. “Foi uma trajetória interessante o início da bossa nova se refletindo em Curitiba com esses músicos. É engraçado como as coisas se entrelaçaram naquela época. Sem querer, Curitiba teve uma certa influência e importância na atuação desses músicos.”
Modesto, Guarany não reivindicava seus créditos em toda esta história, de acordo com seus conhecidos entrevistados pela Gazeta do Povo.
“É como o pastor de cabras que descobriu o café. Imagina se tivesse um centavo por cada tonelada de café vendida no mundo?”, compara Gebran. “Guarany jamais recebeu um centavo ou louvor por sua criação. E assim tem sido.”
Fonte
http://www.gazetadopovo.com.br/cadernog/conteudo.phtml?id=1394201&tit=O-toque-de-Guarany

Luiz Alves



Luiz Carlos Carvalho Alves
Rio de Janeiro, 5 de Outubro de 1944 - Contrabaixista e compositor
Formou, aos 15 anos, o Trio Guanabara, com o qual se apresentou na Rádio Mayrink Veiga.
Em 1962, optou definitivamente pelo baixo acústico. Atuou na boate Sacha's (RJ), ao lado do maestro Cipó, Abel Ferreira e Cachimbinho.
Já profissional, estudou na Escola Nacional de Música com o professor Sandrino Santoro (técnica do contrabaixo).
Trabalhou com Paulo Moura e Egberto Gismonti.
Em 1970, formou, com Wagner Tiso, Robertinho Silva, Tavito, Laudir de Oliveira e Zé Rodrix, o grupo Som Imaginário, com o qual acompanhou Milton Nascimento, Elis Regina e Fafá de Belém. Com o grupo, gravou ao vivo o disco "Milagre dos peixes", com a Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal de São Paulo.
Em seguida, viajou para Los Angeles, onde atuou com Aírto Moreira, Hermeto Pascoal e George Duke, entre outros.
Em 1978, participou do I Festival Internacional de Jazz de São Paulo e do Free Jazz Festival, ao lado de João Donato.
Na década de 1980, atuou com Luis Eça e Robertinho Silva, formando O Triângulo.
Ao longo de sua carreira, acompanhou, em shows e gravações, diversos artistas como Tom Jobim, Dori e Nana Caymmi, Gal Costa, Sivuca, Chico Buarque e Milton Mascimento, entre outros.
Ao lado de Kiko Continentino (piano) e Clauton Sales (bateria e trumpete), integra o Sambajazz Trio, com o qual lançou, em 2006, o CD "Agora sim!", contendo suas composições "Quero-quero" e "Praça Pio XI", em parceria com Luizão Paiva, além de releituras de "Deus brasileiro" (Marcos e Paulo Sérgio Valle), "Canção do sal" (Milton Nascimento), "O morro não tem vez" (Tom Jobim e Vinicius de Moraes), "Sweet Georgia Brown" e "Trenzinho do caipira" (Villa-Lobos), entre outras.
Em 2008, gravou, com Raul de Souza, João Donato e Robertinho Silva, o CD "Bossa eterna", que teve show de lançamento no Mistura Fina (RJ). Nesse mesmo ano, apresentou-se, novamente ao lado de Raul de Souza, João Donato e Robertinho Silva, no projeto "Sarau da Pedra", realizado pela Repsol no Instituto Cultural Cravo Albin, com produção de Heloisa Tapajós e Andrea Noronha. Também em 2008, lançou o CD "Mar azul", contendo suas composições "Minha esperança" e "Céu de Iracema", ambas com Luizão Paiva, "Mar azul" (c/ Wagner Tiso), "Bolerito pro Gusmão, "Fátima" e "Abre o olho", além de "Desilusão" (Kiko Continentino), "Imagem" (Luiz Eça e Aloysio de Oliveira) e "Vento no canavial" (João Donato e Lysias Ênio). O disco contou com a participação de Wagner Tiso (piano), João Donato (piano), Kiko Continentino (piano), Alberto Chimelli (piano), Robertinho Silva (bateria e tamborim), Ricardo Pontes (flauta), José Arimatéa (trompete), Neguinho (bateria e trompete), Bebeto Castilho (flauta), Maurício Einhorn (gaita), Idriss Boudrioua (sax) e Ricardo Costa (bateria),
 

Zézinho (Maestro)



José Batista da Silva Junior, O Maestro Zézinho
Nascimento  1932 em Pernambuco
 23 de dezembro de 2010
José Batista da Silva Junior, mais conhecido como Maestro Zezinho (1932 - São Paulo, 23 de dezembro de 2010), foi um maestro brasileiro.
Era o maestro e responsável pela produção musical dos programas Show de Calouros e Qual é a Música, ambos comandados pelo apresentador Silvio Santos na rede de TV SBT. Também trabalhou na Record, no programa Show do Tom
 

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

João da Bahiana



João Machado Guedes, O João da Bahiana
 17/5/1887 Rio de Janeiro, RJ
 12/1/1974 Rio de Janeiro, RJ
Foi o responsável pela introdução do pandeiro no samba. Segundo depoimento prestado ao M.I.S. " na época o pandeiro era só usado em orquestras. No samba quem introduziu fui eu mesmo. Isto mais ou menos quando eu tinha oito anos de idade e era Porta-machado no "Dois de Ouro" e no "Pedra do Sal". Até então nas agremiações só tinha tamborim e assim mesmo era tamborim grande e de cabo. O pandeiro não era igual ao atual. O dessa época era bem maior".
Em 1924, compôs com Donga e Pixinguinha o samba "Mulher crual". Em 1928, ingressou no rádio como ritmista, tocando pandeiro, prato e faca, tendo atuado nas Rádios Cajuti, Transmissora, Educadora e Philips. Em 1930, teve o samba "Pelo amor da mulata", sua primeira composição, feita sete anos antes, gravado na Odeon por Patrício Teixeira, que gravou também no mesmo ano o samba "O futuro é uma caveira". Em 1931, passou a integrar o "Grupo da Guarda Velha", conjunto organizado por Pixinguinha que reuniu alguns dos maiores instrumentistas brasileiros da época. Realizaram quatro gravações na Victor, acompanhando também grandes cantores como Carmen Miranda, Sílvio Caldas, Mário Reis, Jonjoca e Castro Barbosa, entre outros. O primeiro disco da Guarda Velha, gravado em dezembro daquele ano, trazia o partido alto "Há! Hu! Lahô" e a chula raiada "Patrão prenda seu gado", as duas de sua parceria com Pixinguinha e Donga. Ainda no mesmo ano, gravou o samba "Viva meu orixá", no lado B de um disco que trazia no lado A, o cantor Francsico Sena interpretando, de sua autoria o samba "Convencida".
Em 1932, Patrício Teixeira gravou os sambas "Quem faz a Deus paga ao diabo", "Cabide de molambo" e "Ai Zezé", este uma parceria dos dois. A respeito do samba "Cabide de molambo", afirmou em histórico depoimento ao MIS: "Eu acho que este samba inspirou o Noel Rosa a fazer o "Com que roupa". No mesmo ano, outras duas parcerias com Donga e Pixinguinha, a batucada "Já andei" e a macumba "Que queré", foram gravadas pelo Grupo da Guarda Velha, com Zaíra de Oliveira e Francisco Sena. Ainda em 1932, o cantor Francisco Sena lançou a batucada "Vi o pombo gemê" e a macumba "Xou coringa". Atuou em vários conjuntos entre os quais o "Grupo do Malaquias", o "Grupo do Louro", o "Conjunto dos Moles" e o conjunto "Alfredinho no Choro". Em fins de 1932, Pixinguinha organizou na RCA Victor a orquestra "Diabos do céu", com alguns dos integrantes do Grupo da Guarda Velha, grupo que estreou em disco acompanhando Carmen Miranda na gravação de "Etc", samba de Assis Valente.
Donga e Pixinguinha foram seus parceiros no arranjo da antiga chula raiada "Patrão, prenda seu gado". Conhecedor do candomblé, gravou diversos corimás, com algumas palavras em dialeto africano, cantadas no início das sessões de candomblé. Em 1936, seu samba "Seu pai não quer" foi gravado na Victor por Castro Barbosa. Em 1937, Pixinguinha reuniu quatro músicos,Tute (violão de sete cordas), Luperce Miranda (cavaquinho), Valeriano (violão de seis cordas) e João da Baiana (pandeiro), formando o conjunto "Os cinco companheiros", que atuou no Dancing Eldorado e no Palácio Guanabara com Vicente Celestino e Gilda de Abreu.
Em 1938, gravou na Victor com seu conjunto as macumbas "Sereia" e "Folha por folha", parcerias com Getúlio Marinho. No ano de 1940, Leopoldo Stokowski solicitou a Villa-Lobos que selecionasse e reunisse os mais representativos artistas de Música Popular Brasileira, para gravação de músicas destinadas ao Congresso Pan-Americano de Folclore. Villa-Lobos incluiu no grupo escolhido a nata dos verdadeiros criadores nacionais de música: Pixinguinha, Cartola, Donga, João da Baiana e Zé Espinguela. As gravações realizaram-se na noite de 7 para 8 de agosto de 1940, a bordo do navio Uruguai atracado no Armazém 4. Foram registradas 40 músicas e apenas 16 chegaram ao disco, reproduzidas nos Estados Unidos em dois álbuns de quatro fonogramas cada um, sob o título "Columbia presents - Native Brazilian music - Leopold Stokowski". Em 1950, seu tema afro-brasileiro "Ogum nilê", com Raul Carrazatto, foi gravado pelo trio vocal Trigêmeos Vocalistas em disco Odeon.
Em 1952, lançou os ritmos afro brasileiros "Lamento de Inhançã" e "Lamento de Xangô", de sua autoria. Por quatro anos seguidos, gravou anualmente um disco intitulado "João da Baiana no seu terreiro", interpretando pontos de macumba de sua autoria. Em 1954, Almirante organizou em São Paulo o I Festival da Velha Guarda, reunindo vários músicos veteranos. No segundo Festival da Velha Guarda, a caravana carioca formou em caráter regular um conjunto denominado Velha Guarda do qual faziam parte, elém dele, Pixinguinha, Donga e Alfredinho Flautim, entre outros . Em 1955, alcançaram sucesso na Boate Casablanca, constituindo a grande atração do show Zilco Ribeiro. Nesse mesmo ano, o grupo gravou seu primeiro LP na Sinter "A Velha Guarda" seguido de um outro "Carnaval da Velha Guarda".
Em 1957, lançou com Sussu pela Odeon o LP "Batuques e pontos de macumba", no qual interpretou "Quê, quê, rê, quê, quê", "O cachimbo da vovó", "Nanan Boroque" e "Amalá de Xangô", todos de sua autoria. Em 1966, foi convidado por Ricardo Cravo Albin, depois do seu nome ter sido sufragado pela unanimidade do Conselho Superior de MPB do MIS, para realizar o primeiro depoimento para a posteridade do M.I.S., que não só abriu o ciclo como também definiria a estrutura principal do museu junto à opinião pública de todo o país. Este seu histórico depoimento obteve grande repercussão na imprensa e deu por inaugurado, junto à mídia, o próprio museu, então desconhecido.
Em 1968, foi lançado o LP "Gente da antiga", produzido por Hermínio B. de Carvalho para a Odeon contando além de sua participação, com as de Clementina de Jesus e Pixinguinha. No mesmo ano, lançou na Bienal do Samba da TV Record o samba "Quando a polícia chegar", defendido por Clementina de Jesus. Segundo Ricardo Cravo Albin, foi, além de exímio pandeirista, e além de uma doce e inesquecível figura humana, um dos grandes ritmistas do prato com faca, habilidade que aprendeu ainda na infância, por influência de uma tradição cultivada na Bahia.
abaixo Caxambu executado pelo pandeiro de João da Baiana, a flauta de Pixinguinha e a voz de Janir Martins.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Vinicius Dorin



Vinicius Dorin
Vinícius Assumpção Dorin (Ituverava, 6 de Novembro de 1962 - São Paulo, 28 de Janeiro de 2016)
Saxofonista, flautista e pianista, iniciou sua carreira musical tocando Orquestra Sambrasil de Itu e no conjunto Makros, enquanto cursava o Conservatório de Tatuí. Depois de mudar para São Paulo passou a tocar em vários grupos, como Silvia Góes, Arismar do Espírito Santo, Orquestra 150 (Maksoud Plaza), Johnny Alf e Laércio de Freitas, entre outros. Depois de concluir os estudos no CLAM, iniciou sua carreira de professor.
Ainda nesse período fez parte dos grupos instrumentais Comboio e Banda Savana, gravando com esta última dois cd’s e participou do projeto “Arranjadores”, junto com os maestros Cipó, Duda, Moacir Santos e Branco, entre outros. Em 1993 é convidado a fazer parte do grupo de Hermeto Pascoal com quem continua tocando até hoje.
Participou de vários festivais tais como Free Jazz Festival, New York, New Orleans, Amsterdã, Porto, Buenos Aires e Bogotá, além de concertos pela América do Sul, Europa e Estados Unidos e Japão. Paralelamente a esse trabalho, gravou e participou de shows com Jane Duboc, Nenê, Arismar do Espírito Santo, Fernando Corrêa e Banda Mantiqueira, entre outros.
Com seu próprio grupo formado pelos músicos Fernando Corrêa (guitarra), Írio Júnior (teclado), Enéas Xavier (baixo) e Nenê (bateria), têm feito apresentações em vários festivais no Brasil. Em 2004 gravou pelo selo Maritaca seu primeiro cd, “Revoada”, que contou com as participações especiais de Hermeto Pascoal e Arismar do Espírito Santo.

Naná Vasconcelos



Juvenal de Holanda Vasconcelos, O Naná
Recife, 2 de agosto de 1944
É um músico brasileiro. Eleito oito vezes o melhor percussionista do mundo pela revista americana Down Beat e ganhador de oito prêmios Grammy, é considerado uma autoridade mundial em percussão.
Desde jovem se envolveu os tambores nos movimentos de maracatu locais. Começou a tocar aos 12 anos com seu pai numa banda marcial no Recife.
Durante toda sua carreira sempre teve preferência por instrumentos de percussão e nos anos 60 se notabilizou por seu talento com o berimbau.
Em 1967 mudou-se para o Rio de Janeiro onde gravou dois LPs com Milton Nascimento. No ano seguinte, junto com Geraldo Azevedo, viajou para São Paulo para participar do Quarteto Livre, que acompanhou Geraldo Vandré no III Festival Internacional da Canção.
Além disso, Naná tem uma extensa carreira no exterior. A partir de 1967 ele atua como percussionista ao lado de diversos nomes de peso: Jon Hassel, Egberto Gismonti, Pat Metheny, Evelyn Glennie e Jan Garbarek. Formou entre os anos de 1978 e 1982, ao lado de Don Cherry e Collin Walcott o grupo de jazz Codona, com o qual lançou 3 álbuns. 

Claudionor Cruz



Claudionor José da Cruz 
Paraibuna, 1 de abril de 1910 — Rio de Janeiro, 21 de junho de 1995
Foi um compositor, violonista e cavaquinista brasileiro.
Aprendeu música desde pequeno com seu pai e com vinte anos já tinha tocado em vários conjuntos famosos e em 1932 criou o "Claudionor Cruz e seu Regional", grupo este que passou a tocar na Rádio Tupi, Rádio Nacional e outras do eixo Rio-São Paulo. Sua composição "Tocador de Violão" fez sucesso na década de 1940. "Caprichos do Destino" e "Sei que é Covardia", são outras composições de sucesso de Claudionor.

Henrique Vogeler


Henrique Vogeler
Henrique Gypson Vogeler, ou apenas Henrique Vogeler
Rio de Janeiro, 11 de junho de 1888 - Rio de Janeiro, 9 de maio de 1944), foi um compositor, pianista e regente brasileiro
Ouça abaixo a música:
Dor, tango canção de Joubert de Carvalho com Gastão Formenti acompanhado de Henrique Vogeler ao piano , em disco Brunswick 10144 B. Lançado em fevereiro de 1931
 

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Napoleão Tavares



Napoleão Tavares
regente, instrumentista e compositor
Nasceu em Ubá, MG, em 23/07/1892, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 22/04/1965. Iniciou carreira musical no início da década de 1910, chegando a gravar em solo de trompete a valsa Marta (Elias do Amaral), com a Banda Faulhaber, no Rio de Janeiro, por 1912.
Foi integrante da orquestra do violonista Cícero Meneses, que se apresentava na sala de espera do Cinema Avenida. No final da década de 1920 formou, com Gaó, Zé Carioca e Jonas Aragão a orquestra Colbás, grupo de estúdio da gravadora Columbia.
Nesta gravadora registrou, em junho de 1930, em solo de trompete, acompanhado pela JazzBand Columbia, o choro Peri, de Jonas Aragão. No mês seguinte foram gravadas, pela Columbia Brasil Orquestra, suas composições Recordando-te e Laís.
Com a Orquestra Colbás gravou diversas músicas na Columbia, entre as quais a valsa Amo-te (Sílvio Perazzini), o choro Não estrila (Atílio Grany) e a valsa Rapaziada do Bom Retiro (G. Negrini), todas em 1931. A orquestra gravou ainda várias músicas de Zequinha de Abreu, como a valsa Branca (1931) e os choros Tico-tico no fubá (1931) e Os pintinhos no terreiro  (1932).
Em 1934 excursionou pela Bahia à frente de uma orquestra que incluía Ary Barroso ao piano. Formou em seguida a Napoleão Tavares e seus Soldados Musicais, que alcançou notoriedade nas décadas de 1930 e 1940, sobretudo como orquestra de danças, além de uma longa atuação na Rádio Clube do Brasil.
Com essa orquestra, da qual era regente e trompetista, acompanhou Sílvio Caldas, em 1938, nas gravações da marcha-rancho Pastorinhas (João de Barro e Noel Rosa), do samba Choro por teu amor (Castro Barbosa e Kid Pepe) e das marchas Seu Gaspar (Hervé Cordovil) e Ratoeira (André Filho e Alberto Ribeiro). Sua atuação prolongou-se até o início da década de 1950.

No Audio abaixo ouça o  solo de trompete, acompanhado pela JazzBand Columbia, o choro Peri, de Jonas Aragão

Henrique Oswald



Henrique Oswald
Rio de Janeiro, 14 de abril de 1852 — Rio de Janeiro, 9 de junho de 1931
Foi um pianista, compositor, concertista e diplomata brasileiro, filho do suíço Jean Jacques Oschwald (que ao naturalizar-se brasileiro mudou o sobrenome para Oswald) e da sra. Carlota Cantagalli, de origem italiana .
Em 1854 a família se muda para São Paulo indo residir na rua da Casa Santa n°10 que tem hoje o nome de Riachuelo. Portanto, bem próxima da Faculdade de Direito e por onde passavam diariamente os estudantes a caminho das aulas.
Jean Jacques Oswald abriu um depósito de pianos e foi um dos primeiros a comercializar o instrumento, já bastante procurado nessa época, na capital da província. Como todo o início é dificil, madame Carlota auxiliava no orçamento da casa dando lições de piano, chamando alunos por anúncios colocados no Correio Paulistano.
No meio de tantos pianos que o pai vendia e ouvindo as aulas dadas pela mãe, não seria estranho que o pequeno Oswald também se interessasse em aprender a tocar o tão sonoro instrumento.
Certamente recebeu de sua própria mãe as lições iniciais. Em 1860 chegou a São Paulo uma companhia francesa de teatro musicado vinda do Rio de Janeiro. Trazia como regente da orquestra o francês Gabriel Giraudon, músico de excelente formação em seu país. Depois de algumas apresentações, a companhia se dissolveu e Giraudon resolveu permanecer na pacata cidade paulistana. Logo anunciou que dava aulas de piano, canto, harmonia e composição. Era o mestre que o progresso rápido do menino Oswald necessitava.
Henrique Oswald foi matriculado para as primeiras letras no Seminário Episcopal, situado no bairro da Luz. E mesmo na escola o gosto pela música teria campo propício para desenvolver-se. Ainda que fosse um menino, seu talento e a desenvoltura como se comportava ao piano e ao órgão, fizeram com que os padres diretores do Seminário o escolhessem para organista da igreja anexa à escola.
Em 5 de abril de 1864 Giraudon organiza um espetáculo no teatrinho do Pátio do Colégio com seus alunos Antônio Ferreira de Morais, o menino prodígio de doze anos Henrique Oswald e a cantora sra. Guillemet.
Oswald tocou ao piano uma valsa de autoria de seu mestre intitulada Le Tourbillon e a peça Tema e variações de Hünten, além de acompanhar Giraudon em outras músicas.
Alguns dias depois, o crítico do Correio Paulistano declarava que "o menino Oswald admirou aos assistentes pela descomunal inteligência e estudo que revelou". E continuava o artigo com outros elogios.
Mais duas vezes o menino Oswald se apresentou ao publico paulistano. A primeira, em 1865, num recital organizado por Giraudon, com a participação de suas várias alunas e um outro jovem discípulo. Homenageou-se os soldados brasileiros que iam lutar na Guerra do Paraguai, iniciada naquele ano. Dois anos depois, voltou ao palco o jovem Henrique para um espetáculo beneficente. Segundo a crítica, foi bastante aplaudido.
Em 1° de abril de 1868 organizou-se nos salões da Sociedade Concórdia um interessante espetáculo lítero-musical. Participaram algumas personalidades que haveriam de ficar na história. Depois de danças, cantos e outros virtuosismos, tocou o acadêmico Brasílio Itiberê da Cunha, compositor de A Sertaneja, música na qual se ouve a canção popular Balaio, meu bem balaio, considerada a primeira manifestação do nacionalismo musical brasileiro. A seguir, surge a figura fulgurante do poeta Castro Alves que se apresentava em publico pela primeira vez em São Paulo e que, como sempre, empolgou e comoveu a platéia com seus magníficos versos. Mal terminados os aplausos ao inspirado baiano, sentou-se ao piano o jovem Henrique Oswald, já bem mais amadurecido, cujas execuções agradaram à seleta assistência.
No mês de julho do mesmo ano, por sugestão de seu professor que via naquele adolescente um futuro promissor, ou por iniciativa de seus pais, Oswald resolveu continuar os estudos em algum centro onde o ambiente cultural não fosse tão acanhado. Para tanto organizou-se um espetáculo em seu benefício, como auxílio às despesas de viagem. Participou a companhia dramática de Eugénia Câmara e ouviu-se pela última vez em São Paulo o jovem pianista, agora no palco do Teatro São José. Tocou a quatro mãos com Giraudon e, mostrando desenvoltura, executou sozinho composições de Thalberg, Ravina e Ascher, autores que estavam na moda naquela época. A crítica foi-lhe amplamente favorável e, por extensão, também Giraudon recebeu elogios por ter iniciado a formação de tão prodigioso discípulo.
Até o fim do ano, tendo o pai liquidado seus negócios, partiram Oswald e sua família para a Europa.

Arismar



Arismar do Espírito Santo 
É um músico e multi instrumentista brasileiro completo. Além de tocar contrabaixo, guitarra, violão, piano e bateria, faz composições e arranjos harmônicos muitas vezes inusitados.
A família de Arismar do Espírito Santo é muito musical. Sua mãe, Maria Conceição da Costa Lima, de nome artístico Aracy Lima, foi cantora da Rádio Atlântica de Santos. Seu irmão Paulo Roberto é músico, compositor e arranjador, seu filho, Thiago Espírito Santo, é contrabaixista, e sua filha, Bia Goes, é cantora.
Dentre suas lembranças musicais mais antigas está uma roda de choro que acontecia em Santos (SP), com o Regional do (flautista) Burgos, em que seu primo Horácio tocava violão de 7 cordas. Ainda pequeno, Arismar do Espírito Santo foi a alguns bailes para ver os conjuntos Modern Tropical Quintet, Simonetti e Betinho do Vibrafone, experiência marcante para o multi-instrumentista.
 Arismar começou a tocar violão aos 11 anos. "Aos 16, fui para a bateria. Daí, não parei mais". Estudava de forma autodidata, tocando junto com os discos. "Até hoje fico, sozinho, testando a soma dos sons."
 Na bateria, Arismar do Espírito Santo praticava independência, sonoridade, condução de samba, jazz, baião e outros ritmos. No violão, tirava de ouvido alguns temas. Ouvia, ainda, os discos de Elis Regina, João Bosco e Baden Powell; Zimbo Trio, Som 3 e Tamba Trio; Oscar Peterson, Wes Montgomery, Chicago e Bill Evans; Manfredo Fest e Johnny Alf.
 O músico lembra-se do prazer que estudar lhe proporcionava. "Era como se estivesse valendo. Não era treino, era jogo."
 De mais agradável e mais útil dessa época de formação é ter aprendido a ouvir música e a fazer parte, como músico, de um grupo que pensa no coletivo.   
 As figuras decisivas para Arismar do Espírito Santo são muitas: sua mãe e seu irmão Paulo Roberto, os baixistas Carlinhos Monjardim, Sabá, Azeitona e Mathias Matos, bem como os bateristas Toninho Pinheiro e Zinho.
 Além deles, cita os pianistas Luís Mello, Silvia Goes e Paulo César Willcox, este também arranjador.
 Arismar do Espírito Santo explica a razão de serem eles suas maiores referências: "Uma antena parabólica é acionada quando se começa a tocar um tema. Esses músicos me ensinaram a entender e a falar uma certa linguagem de forma pura e simples."
 A convivência com Hermeto Pascoal, Roberto Sion, Thiago Espírito Santo e Vinicius Dorin são, também, fundamentais para Arismar.
 

Luizinho 7 cordas



Luiz Araújo Amorim, o Luizinho 7 cordas
Um dos maiores violonistas de sete cordas do Brasil, Luiz Araújo Amorim, o Luizinho 7 cordas, nasceu em Marília SP, a 31 de outubro de 1946. Ainda recém nascido mudou-se com seus pais para a cidade de Santos, onde permaneceu até o ano de 1997.
 O primeiro contato musical aconteceu através de seu pai Bráulio Araújo, um feirante que tinha como hobby a música. Seu Bráulio, tocador de cavaquinho e violão, tinha um regional com o nome de Estrela de Ouro, e era um seresteiro muito conhecido em Santos.
 O Estrela de Ouro ensaiava três vezes por semana na casa de seu Bráulio, sempre observado pelo olhar curioso e deslumbrado do menino Luiz, que só ia dormir ao término do ensaio. Atento ao fascínio do filho pela música , Bráulio começou a ensinar cavaquinho para Luizinho.
 Com seis anos de idade, Luiz Amorim já tocava algumas músicas no cavaquinho e tinha uma imensa vontade de aprender violão, pois sempre admirara os duetos realizados pelos violonistas do Estrela de Ouro, Totty e Chiquinho. Devido a insistência do menino, seu Bráulio comprou um violão Di Giorgio para o filho e começou-lhe a ensinar alguns acordes.
 Os anos se passaram e o menino chamou a atenção dos violonistas do Estrela de Ouro, devido a habilidade que demonstrava no violão. Totty e Chiquinho aconselharam o amigo Bráulio a matricular Luizinho em um conservatório musical.
 Aos doze anos de idade, Luiz Araújo Amorim, ingressou no Conservatório musical Brasil, em Santos, e passou a ter aula em grupo ( com outros garotos de sua idade ) ministrada pelo professor Mário Coutinho. As aulas no conservatório Brasil não eram muito aproveitadas por Luizinho, pois ele já se encontrava em um nível superior aos colegas de classe e não aprendia nada de novo. Então, seu Bráulio tirou o filho do conservatório e contratou o professor Coutinho para lecionar a Luiz na residência dos Amorim. Mário Coutinho não era um músico completo, pois não conhecia muito de teoria musical e não tinha uma técnica rebuscada. Após um ano de aula Luizinho evoluiu tanto que ao invés de aprender, passou a ensinar a Coutinho.
 Tanto potencial demonstrado pelo garoto, fez o pai coruja procurar o respeitado professor Carvalinho, que lecionava no Centro de violão José do Patrocínio, onde já havia estudado outros grandes violonistas, como Garoto e Artílio Bernardini. Luizinho passou então a aprender música clássica sobre os cuidados de Carvalinho. Quatro anos de estudo clássico fizeram com que Luiz Araújo desenvolvesse muito sua técnica e seu conhecimento teórico musical.
 Mesmo estudando música clássica Luizinho nunca deixou de tocar música popular, que sempre foi a sua paixão. Escutava as canções no rádio e depois ia correndo para o violão. Em algumas dessas músicas, Luiz identificava um som de violão muito grave, porém nunca conseguia reproduzi-lo. Curioso, foi perguntar para o pai como era possível fazer aquele som no violão, e seu Bráulio explicou-lhe que não era um violão de seis cordas que realizava o som grave, e sim um violão de sete cordas.
 Certo dia Luizinho foi assistir a um programa de rádio no qual se apresentaria o cantor Maurici Moura, acompanhado pelo seu irmão Maurício Moura, que tocava violão de sete cordas. Luiz ficou deslumbrado com a maneira de tocar de Maurício, e ao final do programa foi pedir para o violonista que o ensinasse aquela técnica. A partir de então Maurício passou a ensinar violão de sete cordas para o filho de seu Bráulio. Luiz Araújo considerava Maurício um mestre, devido sua técnica impressionante e todo seu conhecimento musical.
 Com pouco tempo de aula Luiz já dominava o violão de sete cordas, e não demoraria muito para ingressar no regional do Dadinho, um bandolinista famoso em Santos. Neste regional Luizinho começou a se projetar profissionalmente, e passou a ser conhecido como Luizinho 7 cordas.
 Na década de setenta o regional do Dadinho começou a ganhar projeção em algumas cidades brasileiras como o Rio de Janeiro e São Paulo, e despertou interesse em alguns artistas. No ano de 1977 , o pianista Arthur Moreira Lima, realizou com o regional, um show no Teatro João Caetano, na cidade do Rio de Janeiro, pelo projeto Seis e Meia.
 No mesmo ano de 1977, com 31 anos, Luizinho 7 cordas recebeu convite para acompanhar Arthur Moreira Lima, em um show no festival de choro realizado pela Rede Bandeirantes de Televisão, transmitido para todo Brasil. Luiz arrasou e recebeu o troféu de revelação, entregue pessoalmente pelo mestre Dino 7 cordas. Este prêmio trouxe muito prestígio para Luizinho, e vários artistas o chamaram para trabalhar, dentre eles Déo Rian.
 Porém , Luizinho muito apegado a mãe, Dona Antônia Maria Araújo, não quis se mudar de Santos, e continuou a tocar no Regional do Dadinho até o ano de 1980, quando recebeu e aceitou o convite de Evandro do bandolim para fazer parte de seu regional.
 No regional do Evandro, Luizinho 7 cordas, continuou morando em Santos, pois a distância até São Paulo ( onde o regional ensaiava e tocava) era relativamente pequena.
 Foi com Evandro que Luiz consolidou sua fama de excelente violonista, e permaneceu tocando com ele até 1994, ano do falecimento do bandolinista.
 Luizinho 7 estabeleceu com Evandro do bandolim uma relação muito sólida, pois além de se entenderem muito bem musicalmente, se tornaram grandes amigos. A dupla acompanhou diversos artistas famosos, gravaram vários LPs e fizeram muitas viagens, inclusive para o Japão, onde são respeitados até hoje.
 Demônios da Garoa, Nelson Gonçalves, Silvio Caldas, Ângela Maria, Noite Ilustrada, Carlos Galhardo, Cartola, Martinho da Vila, Alcione, Clara Nunes, Beth Carvalho, Elisete Cardoso, Altemar Dutra, Altamiro Carrilho, Valdir Azevedo, Adoniran Barbosa, Jamelão, Nelson Sargento, João Nogueira, Gonzaguinha, Isaurinha Garcia, Ademilde Fonseca, Carlos Poyares e Peri Ribeiro foram alguns artistas consagrados brasileiros que foram acompanhados maravilhosamente pelo elegante violão de sete cordas de Luizinho.
 No ano ano de 1997 Luiz se mudou para a cidade de São Paulo, onde reside atualmente. Continua , acompanhando muitos artistas, além de gravar cds e fazer produções musicais (arranjo e regência). Luizinho também trabalha como professor, dando aula para muitos alunos, e é reverenciado como mestre, pois desenvolveu um método para ensinar o violão de 7 cordas.   Texto: RICARDO VALVERDE

Radamés Gnattali



Radamés Gnattali
Porto Alegre, 27 de janeiro de 1906 — Rio de Janeiro, 13 de fevereiro de 1988
Foi um arranjador, compositor e instrumentista brasileiro.
Estudou com Guilherme Fontainha no Conservatório de Porto Alegre; na Escola Nacional de Música, com Agnelo França. Terminou o curso de piano em 1924 e fez concertos em várias capitais brasileiras, viajando também como violista do Quarteto Oswald, desde então passou a estudar composição e orquestração.
Em 1939 substituiu Pixinguinha como arranjador da gravadora RCA Victor. Durante trinta anos trabalhou como arranjador na Rádio Nacional. Foi o autor da parte orquestral de gravações célebres como a do cantor Orlando Silva para a música Carinhoso, de Pixinguinha e João de Barro, ou ainda da famosa gravação original de Aquarela do Brasil (Ary Barroso) ou de Copacabana (João de Barro e Alberto Ribeiro) - esta última imortalizada na voz de Dick Farney. Na década de 1950 colaborou com o cineasta Nelson Pereira dos Santos e com o sambista Zé Ketti em filmes importantes como Rio Zona Norte (1957) e Rio 40 Graus (1955).
Em 1960 embarcou para Europa, apresentando-se num sexteto que incluía Acordeão, Guitarra, Bateria e Contrabaixo.
Foi contemporâneo de compositores como Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga, Anacleto de Medeiros e Pixinguinha. Na década de 70, Radamés teve influência na composição de choros, incentivando jovens instrumentistas como Raphael Rabello, Joel Nascimento e Mauricio Carrilho, e para a formação de grupos de choro como o Camerata Carioca. Também compôs obras importantes para o violão, Orquestra, concerto para piano e uma variedade de choros.
Foi parceiro de Tom Jobim. No seu círculo de amizades Tom Jobim, Cartola, Heitor Villa-Lobos, Pixinguinha Donga, João da Baiana, Francisco Mignone, Lorenzo Fernandez e Camargo Guarnieri. É autor do hino do Estado de Mato Grosso do Sul —a peça foi escolhida em concurso público nacional.
Em janeiro de 1983, recebeu o Prêmio Shell na categoria de música erudita; na ocasião, foi homenageado com um concerto no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, que contou com a participação da Orquestra Sinfônica do Rio de Janeiro, do Duo Assad e da Camerata Carioca. Em maio do mesmo ano, numa série de eventos em homenagem a Pixinguinha, Radamés e Elizeth Cardoso apresentaram o recital Uma Rosa para Pixinguinha e, em parceria com a Camerata Carioca, gravou o disco Vivaldi e Pixinguinha.
Radamés foi um dos mestres mais requisitados nesse período, demonstrando uma jovialidade que encantou novos chorões como Joel Nascimento, Raphael Rabello e Maurício Carrilho. Nasceu assim uma amizade que gerou muitos encontros e parcerias. Em 1979 surgiu, no cenário da música instrumental, o conjunto de choro Camerata Carioca, tendo Radamés como padrinho.
A saúde começou a fraquejar em 1986, quando Radamés sofreu um derrame que o deixou com o lado direito do corpo paralisado. Em 1988, em decorrência de problemas circulatórios, sofreu outro derrame, falecendo no dia 13 de fevereiro de 1988 na cidade do Rio de Janeiro.
 

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Oscar Borgerth



Oscar Borgerth
Oscar Borgerth quase não é lembrado hoje. Foi gênio em seu instrumento, o violino, e um dos nomes mais importantes da música clássica do Brasil na época, premiado por diversas vezes aqui e no exterior. Oscar estudou violino com Orlando Frederico no Instituto de Música do Rio de Janeiro e completou sua formação em Viena. Atuou sob regência de Eleazar de Carvalho e Villa-Lobos em turnês internacionais e foi importante intérprete da obra de Hekel Tavares. Contribuiu muito para a divulgação da música erudita brasileira pelo mundo.
 

Helvius Vilela



Helvius Vilela Borges
26 de dezembro de 1941-Belo Horizonte
28 de janeiro de 2010-Rio de Janeiro
Foi um compositor e pianista brasileiro
Autodidata, teve as primeiras noções musicais através de sua mãe. Aos 15 anos, começou a tocar piano em bailes e casas noturnas de Belo Horizonte.
Em 1961, participou do Festival de Jazz (RJ) com "Pentápolis", música instrumental de sua autoria, classificada como a melhor da mostra pelo júri composto pelo Copa Trio.
No ano seguinte, apresentou sua canção "Coração que bate" no Festival de Bossa Nova (RJ), considerada, pelo júri composto pelo Tamba Trio, como a melhor canção do evento.
Entre 1963 e 1964, atuou na casa noturna Berimbau (Belo Horizonte, MG), ao lado de Nivaldo Ornellas, Paschoal Meirelles e Ildeu Soares.
De 1964 a 1967, fez parte do Tempo Trio, com o qual lançou em 1965 o LP homônimo que, com a gravação de "E a gente sonhando", se caracterizou por ser o primeiro registro fonográfico de uma obra de Milton Nascimento.
Paralelamente, atuou, entre 1965 e 1966, no grupo de baile cujo crooner era o próprio Milton.
Ainda em 1965, participou do Festival Mineiro, realizado no Clube de Aeronáutica (RJ), apresentando, entre outras, sua canção "Tempo quente". Desse festival fizeram parte, entre outros, o grupo de Aécio Flávio e o Berimbau Trio, formado por Milton Nascimento (contrabaixo), Wagner Tiso (piano) e Paulinho Braga (bateria).
Em 1968, transferiu-se para o Rio de Janeiro e passou a atuar, como instrumentista, na noite carioca em casas como Vivará, Sarau e Pub Bar, entre outras. Trabalhou como pianista da boate Drink, revezando com Juarez Santana. Ainda nesse ano, acompanhou os cantores Eliana Pittman e Taiguara em shows e gravações.
Em 1969, formou o grupo Vox Populi, com o qual gravou um LP e viajou, no ano seguinte, para temporada de shows no México. Permaneceu nesse país durante um ano, até a dissolução do conjunto.
Em 1971, mudou-se para os Estados Unidos, onde trabalhou com músicos brasileiros e cubanos.
Voltou para o Brasil em 1972, retomando sua atuação como instrumentista e arranjador ao lado de diversos artistas, como Elizeth Cardoso, Alceu Valença, Nana Caymmi, Tito Madi, Quarteto em Cy, Paulinho da Viola, Milton Nascimento e Família Caymmi, entre outros.
Na década de 1980, atuou ao lado de Nivaldo Ornellas (Free Jazz Festival), Wagner Tiso (Festival de Jazz de Mar del Plata), e Edu Lobo (Free Jazz Festival), entre outros.
Em 1982, gravou seu segundo LP, "Planalto dos cristais", premiado, em 1983, com o Troféu Chiquinha Gonzaga como um dos 10 melhores discos independentes do ano. Para o lançamento do disco, realizou temporada na Sala Funarte e apresentações no Parque da Catacumba e no Teatro Princesa Isabel (RJ).
Ainda na década de 1980, acompanhou Miúcha, Cristina Buarque e Mauro Duarte em show realizado na Nicarágua. Nesse país, participou do Festival da Canção Latino-Americana, ao lado de Chico Buarque e de Fagner.
Em 1987, apresentou-se com Tito Madi no Via Brazil, em Nova York.
Em 1991, acompanhou Paulinho da Viola em apresentação realizada no Festival Internacional das Artes de Nova York, no Lincoln Center (EUA). Ainda nesse ano, atuou como instrumentista ao lado de Dorival, Nana, Dori e Danilo Caymmi, no Festival de Montreux (Suíça).
No final da década de 1990, participou como pianista e arranjador da gravação de dois CDs dedicados à obra de Lupicínio Rodrigues, tendo como solista Jerzy Milewski, violonista polonês radicado no Brasil, e como convidados e também solistas Sebastião Tapajós e Sivuca. Atuou, ainda, como instrumentista, arranjador e produtor musical do CD de Marisa Gata Mansa com a obra de Antônio Maria. Escreveu os arranjos para a trilha sonora do filme "Bela Donna", de Fábio Barreto. Participou da temporada de Paulinho da Viola no Canecão (RJ) e no Tom Brasil (SP), que gerou "Bêbada chama", CD duplo gravado ao vivo.
Em 1999, participou do espetáculo "Vivendo Vinicius", com Miúcha, Toquinho, Carlos Lyra e Baden Powell, realizado no Tom Brasil (SP), Metropolitan (RJ) e Teatro João Caetano (RJ), gravado ao vivo e lançado em CD, assinando alguns arranjos. Ainda nesse ano, atuou como pianista, arranjador e co-produtor musical de mais um disco de Jerzy Milewski, esse com a obra de Paulinho da Viola, tendo como convidado Paulo Moura e contando com a participação de Paschoal Meirelles, Carlos Malta, Paulo Russo, Mingo Araújo, Nélson Farias e Márcio Mallard, entre outros.
Apresentou-se como instrumentista, ao lado de Pery Ribeiro, no show do Reveillon de 2000, realizado a bordo do "Extasy", navio que fez o Cruzeiro do Milênio até o Caribe.
Participou do "Sarau da Pedra", projeto realizado no Instituto Cultural Cravo Albin, em parceria com a Repsol, no ano de 2007, com produção de Heloisa Tapajós e Andrea Noronha, apresentando, em duo com a cantora Fernanda Cunha, canções de Sueli Costa, na noite que homenageou a compositora.
Suas canções "Que me tira o juízo", "Estrada da vida" e "Eu e você", todas com Ana de Hollanda, foram gravadas pela parceira no CD "Só na canção", lançado em 2009, no qual foi responsável pelos arranjos e também pela direção musical, junto com Maurício Carrilho.
Ao longo de sua carreira, assinou aranjos para discos e shows de vários artistas, como Elizeth Cardoso, Milton Nascimento, Edu Lobo, Nana Caymmi, Paulinho da Viola, Miucha, Carlos Lyra, Ana de Hollanda e Chico Buarque, entre outros. Na área instrumental, trabalhou com Nilvado Ornelas, Wagner Tiso, Paulo Moura, Carlos Malta, Jerry Milewski, Vittor Santos, Chico Batera, Sebastião Tapajós, Baden Powel e outros músicos.
Assinou arranjos e direção musical para diversos espetáculos teatrais, entre os quais "Kurt Weill", "Lamartine como nunca" e "Rádio Nacional, as ondas que conquistaram o Brasil". Por este último, foi contemplado, em 2006, com o Prêmio Shell de Teatro, na categoria Melhor Direção Musical.
Em plena atividade profissional, atuando em shows com Carlos Lyra e Ana de Hollanda, veio a falecer no dia 28 de Janeiro de 2010.
 

Levino Ferreira



Levino Ferreira da Silva 
O Maestro Levino Ferreira da Silva nasceu no dia 2 de dezembro de 1890, numa modesta casa da antiga Rua da Lama, na cidade de Bom Jardim - terra dos Pau darcos, berço natal de grandes musicistas - em Pernambuco.
Era filho de João Ferreira da Silva e de Maria Bemvinda do Amor Divino.
Começou a estudar música muito cedo e aos 10 anos de idade o povo já o admirava porque já compunha.
O primeiro instrumento que aprendeu a tocar foi a Trompa, na Banda do maestro Tadeu Ferreira.
Estudou com os professores José Ferreira de Souza Sedícias, Ascendino da Mota Silveira, Cazuza Ferreira e Pompeu Ferreira.
Em todo seu aprendizado só fora preciso receber 80 aulas, daí por diante ele aprendeu sozinho.
Aprendeu a tocar todos os instrumentos de uma banda, tomando o lugar de qualquer músico que faltasse aos ensaios ou às apresentações em público.
Em 1912, o Mestre Vivo - apelido pelo qual era conhecido por ter sido considerado morto quando contava 12 meses de idade - era diretor e regente  da Banda Musical 22 de Setembro.
Exerceu as funções de Maestro nas cidades de Bom Jardim, João Alfredo, Salgadinho, Limoeiro e na antiga Queimadas, viajando a cavalo.
Aos 36 anos de idade, Levino Ferreira casou-se com a senhorita Almerinda Amélia da Silva, de 21 anos, na Igreja de João Alfredo, no ano de 1926, celebrado pelo padre João Pacífico.
Depois de casado só passou seis meses em Bom Jardim porque o General do Frevo, José Gonçalves Júnior - mestre Zumba - o levou para Limoeiro para reger a banda Independência.
Em Limoeiro, ele ministrou aulas de Piano, Violão, Bandolim e Violino; dentre os seus inúmeros alunos, citamos Carminha Negromonte, Dona Lia Mota, Lourdinha Heráclio, Geralda Magalhães, Antônio José de Oliveira (mestre Caramuru).
Ainda em Limoeiro, organizou orquestras de frevo e ensaiava de portas fechadas no local onde é hoje a gráfica do senhor Antônio Demétrio.
Depois de residir nove anos em Limoeiro, o mestre Zumba o carregou novamente, desta vez para o Recife, tendo feito parte da Orquestra de Frevos da Rádio Clube de Pernambuco, onde tocou Clarinete, Trombone de vara, Pistom e Trompete.
A convite do maestro Vicente Fitipaldi foi para Orquestra Sinfônica do Recife, onde foi Fagotista.
Nessa época escreveu a sua grande obra: A Dança do Cavalo Marinho, especialmente para Orquestra Sinfônica do Recife, que fê-lo famoso no mundo inteiro.
Considerada música erudita de tema do folclore pernambucano, foi apresentada pela Orquestra Sinfônica do Recife, pela Grande Orquestra da P.R.A.8 -, dirigida por Felipe Caparrós, pela B.B.C. de Londres e pela Orchestre Symphonique International em Paris, em 12/2/1958, sob a regência do maestro Mário Câncio.
Na Orquestra da Rádio Clube de Pernambuco participou do Quarteto Ladário Teixeira, sob a direção de Felinho. Seus componentes eram: Felinho - Sax alto; Zumba - Sax tenor; Antônio Medeiros - Sax alto; Levino Ferreira - Sax barítono.
Em 1945, quando da chegada ao Recife do dirigível Graf-Zepellin, o seu comandante assistiu a uma apresentação do quarteto e se mostrou deveras entusiasmado, levando para o velho mundo a melhor de suas impressões.
No dia 9 de janeiro de 1970, no Real Hospital Português, na cidade do Recife - Pernambuco -, rodeado de parente e amigos, o grande compositor fechou os olhos, rumando em direção a uma das outras moradas da casa do excelso Pai.
Após o seu desenlace, a viúva Almerinda Amélia da Silva recebeu a medalha de Honra ao Mérito que a ele foi deferida.
Viveu e morreu pobre, deixando como única e inalienável riqueza, toda sua obra composta de Valsas, Frevos, Maracatus, peças folclóricas e religiosas, que, para desgosto de todos nós, não conhecemos a sua totalidade.

Souza Lima



João de Souza Lima 
Nasceu na cidade de São Paulo, aos 21 de Março de 1898, iniciando seus estudos musicais aos quatro anos de idade. Aos 16 anos executa vários concertos em São Paulo e no Rio de Janeiro e obtém dois prêmios em concursos de Composição: de música para orquestra e de música para piano. Durante os onze anos que residiu em Paris, foi aluno de I. Philipp, passando, depois, a aperfeiçoar-se com Marguerite Long. Recebeu aulas de Busoni. Estudou ainda Música de Câmara com Camille Chevillard e Paul Paray; História da Música e Composição com Eugéne Gigout; Regência com C. Chevillard. Apresentou-se em recitais nas salas de concertos de quase todas as capitais européias, no Norte da África (Tunísia, Argélia, Marrocos), Argentina, Uruguai e o Brasil, desde o Amazonas até o Rio Grande do Sul. Sua vida é repleta de grandes realizações, onde vale ressaltar que organizou os festivais comemorativos da Semana da Arte Moderna de 1922, além da realização do Grande Prêmio destinado à composição de obra sinfônica comemorativa do Sesquicentenário de São Paulo. O vasto número de obras compostas por Souza Lima abrange: música sinfônica, bailados, ópera, música para piano solo, piano e orquestra, dois pianos, hinos, música para côro, de câmara e inúmeras revisões. Entre elas destacam-se, e com justiça, os Poemas "Das Américas" (1945) e de "São Paulo" (1978), nos quais o autor imprimiu conscientemente a legitimidade de uma autonomia artístico-musical brasileira, resultado das pesquisas que realizou até às raízes de nossa formação histórica, destacando as constâncias rítmicas e melódicas e a ambiência emocional da sensibilidade brasileira.

 

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Izaías



Izaías Bueno de Almeida
 São Paulo, 1937 -  bandolim
 Líder do conjunto “Izaías e Seus Chorões”, o mais antigo conjunto instrumental de São Paulo, destacou-se desde criança como solista de bandolim. Já aos dezesseis anos de idade começou a se apresentar na extinta TV Tupi (canal 3) em um programa destinado exclusivamente aos jovens, e aos dezoito anos foi contratado pela mesma emissora, como copista.
Simultaneamente, acompanhava calouros tocando no Regional de Mauro Silva ou em outros conjuntos. Foi chefe de conjunto em programas realizados pela TV Bandeirantes, e atuou também na TV Record, com o Regional da Caçulinha. Como bandolinista, seu primeiro solo de destaque foi em 1956 na mesma TV Record (Noite dos Choristas), com o choro “Saudações”, de Otávio Dias Moreno. Outro momento de grande importância em sua carreira como solista foi em 1986, no MASP, interpretando a “Suíte Retratos”, de Radamés Gnattali com a então chamada Orquestra Jovem (hoje Orquestra Experimental de Repertório), sob a regência do Maestro Jamil Maluf. Ainda com o Conjunto Regional de Mauro Silva, participou da estréia da extinta TV Excelsior, tocando com exclusividade até 1963 no Programa Brasil 60, acompanhando todos os cantores contratados, tais como Nelson Gonçalves, Silvio Caldas, Orlando Silva, Dalva de Oliveira, Ataulfo Alves e Aracy de Almeida, entre outros. Atuou nessa emissora até sua extinção, em 1969.
Esse envolvimento com a televisão levou-o a atuar em programas que fizeram história, como “O Fino da Bossa” e “Bossaudade”, na TV Record, quando teve a oportunidade de atuar com Elis Regina e Elizete Cardoso. Paralelamente passou a tocar como solista com o famoso Conjunto Atlântico, para o qual também fazia arranjos. Essa atuação foi gravada em discos e registrada na série “História da Música Popular Brasileira”, publicada pela Editora Abril.
A “Enciclopédia da Música Brasileira - Erudita e Folclórica” também traz verbete específico sobre o conjunto e seus instrumentistas. O “Conjunto Atlântico” foi substituído pelo de “Izaías e seus Chorões”, e nos trinta e tantos anos de trajetória, ambos abrilhantaram muitos programas da TV Cultura, tais como o “Choro das Sextas-Feiras”, “As Muitas Histórias da MPB”, “Ensaio”, “A Alegria do Choro” e “Os Sons da Memória”.
Fizeram também inúmeras apresentações ao vivo, acompanhando alguns pianistas consagrados como: Eudóxia de Barros, Arthur Moreira Lima, Laércio de Freitas e Marco Antonio Bernardo, os cantores Nélson Gonçalves, Inezita Barroso, João Dias, Ângela Maria, Chico Buarque de Holanda e outros. Entre essas apresentações é oportuno lembrar que o conjunto teve excelente atuação no Teatro Municipal de São Paulo, durante as comemorações dos trinta anos de carreira de Waldyr Azevedo. Em dezembro de 1998 o conjunto apresentou-se em Mendoza, Argentina, representando o Brasil em um encontro de músicos representativos dos países do Mercosul.
Izaías Bueno de Almeida é autor de diversas composições, como os choros “Tão Só”, “Prantos”, “Correndo da Chuva”, “Dona Nêga”, etc. Algumas recentes atuações em discos incluem os CDs “Toninho Carrasqueira toca Patápio & Pixinguinha” e “Carinhoso”, ambos de 1996. Gravou três LPs: “O Fino do Bandolim”, “O Regional Brasileiro na Música dos Beatles” e “Pé na Cadeira”, este último tendo sido relançado como CD pelo selo Kuarup.
Atualmente, com o “Conjunto Izaías e Seus Chorões”, apresentou-se em programas como: “Ensaio”, “Metrópolis”, “Canal Rural”, “Viola, Minha Viola”, “Rumos Culturais (Itaú Cultural)”, “Fundação CESP”, vários projetos do SESC (capital e interior) e da UMES, bem como apresentações nas cidades de Tatuí, Indaiatuba, Campos de Jordão (32º Festival de Inverno), Diadema, Taubaté, São Pedro, Rio de Janeiro (Centro Cultural do Banco do Brasil), Santo André, Piracicaba, Botucatu, Campinas e também na Rádio Boa Nova de Guarulhos e Rádio Trianon de São Paulo.
Em 1999, juntamente com o com o “Conjunto Izaías Entre Amigos”, gravou o CD “Quem Não Chora Não Ama”, que recebeu o “Prêmio Movimento da Música Popular Brasileira” como melhor disco instrumental do ano.
Apresentou-se, com seu conjunto e a Orquestra de Câmara São Paulo, no Teatro São Pedro e no Sesc Ipiranga, como solista da “Suíte Retratos”, de Radamés Gnatalli. O show, além de ter sido longamente aplaudido, teve grande repercussão na TV e na mídia impressa.
Em 2003, Izaías apresentou-se na Espanha com o Conjunto Chora Madeira no Festival de Navarra. Nesse mesmo ano, participou das gravações da Coletânea de Paulo Vanzolini (4 CDs), que recebeu o Prêmio APCA como melhor trabalho da Música Popular Brasileira.
Em novembro de 2004, apresentou-se no Teatro Municipal de São Paulo com seu Conjunto e a Orquestra Sinfônica Municipal, solando a Suíte Retratos de Radamés Gnatalli, com grande sucesso.
Em 2005, lançou três CDs contando a história do choro, pelo selo CPC-UMES.
Paralelamente ao trabalho com seus Chorões, participa do Conjunto Moderna Tradição, que lançou um CD muito elogiado pela crítica e pelos amantes da boa música brasileira. Em 2006, foi convidado pelo Instituto Jacob do Bandolim para participar do show de lançamento do álbum “Tocando com Jacob”, ao lado de grandes bandolinistas brasileiros, no Teatro Carlos Gomes, no Rio de Janeiro.
Em agosto de 2007, tocou na Alemanha, primeiramente em Hannover e a seguir em Colônia, quando foram promovidas diversa
 

Piska



Carlos Roberto Piazzoli, O Piska
22 de abril de 1951
30 de dezembro de 2011
Carlos Roberto Piazzoli, mais conhecido como Piska (São Paulo, 22 de abril de 1951 - São Paulo, 30 de dezembro de 2011), foi um guitarrista, arranjador e compositor brasileiro.
Autodidata, começou cedo o seu contato com a música. Aprendeu a tocar baixo, teclados e, por fim, adotou a guitarra como instrumento.
Na década de 1970, tocou guitarra nas bandas Casa das Máquinas e Joelho de Porco. Foi um dos responsáveis pela popularização da música sertaneja nos anos 1990. Piska também foi um dos líderes em arrecadação de direitos autorais no Brasil.1
Faleceu em 30 de dezembro de 2011 devido a problemas hepáticos.

Paulinho Trompete



Paulo Roberto de Oliveira, O Paulinho Trompete
 30/5/1950 Rio de Janeiro, RJ
Instrumentista (trompetista).
Aos oito anos de idade, ganhou de sua mãe o primeiro trompete e começou a tocar na igreja. Aos 13 anos, apresentou-se no programa do Chacrinha, permanecendo durante um ano no trono, como Melhor Instrumentista Mirim.
Iniciou sua carreira profissional aos 16 anos de idade, atuando em bailes com várias bandas, como Ed Lincoln, Os Devaneiros, Laffayete, Som 7 e Cry Baby.
Ao lado de Edison Machado, Idriss Sulyvan e Tânia Maria, tocou no exterior em vários clubes e teatros, com destaque para o Olympia de Paris e o Carnegie Hall de Nova York. Atuou também com artistas internacionais, como Dexter Gordon, Dizzy Gillespie, Jimmy Smith, Ray Charles e Chet Baker, em Nova York.
Ao longo de sua trajetória, participou de gravações com Chico Buarque, Leny Andrade, Gal Costa, Nana Caymmi, Alcione, Gilberto Gil, Azymuth, Emílio Santiago, João Nogueira, Cazuza, Barão Vermelho, Adriana Calcanhoto, Cauby Peixoto, João de Aquino, Daniela Mercury e Clara Moreno, entre outros artistas.
Em 1990, lançou o LP "Um sopro de Brasil", que contou com a participação de outros instrumentistas, como Mauro Senise, Raul Mascarenhas, Rick Pantoja, Jorjão Barreto, Serginho Trombone, Guilherme Dias Gomes, Ricardo Silveira, Mamão (do grupo Azymuth), Jurim Moreira e outros. O disco foi lançado no mercado internacional, pelo selo Lath Jazz, da Sony Music.
Participou do Free Jaz Festival, com a Banda Brasil All Stars, em 1995, e com sua própria banda, em 1996.
Lançou, em 1996, o CD "Um sopro de Brasil", que teve a participação de Raphael Rabello e do grupo Os Cariocas.
Atuou, como compositor, arranjador e instrumentista,, em vários especiais da TV Globo, como "Som Brasil", "Criança Esperança", "Gonzaguinha", Elis Regina" e "Fama", entre outros.
Compôs o tema de abertura do programa "Studio Jazz" (TVE). 

Aloysio de Alencar Pinto


Aloysio de Alencar Pinto
Nascimento    1911
Local de nascimento    Fortaleza, CE
País     Brasil
Data de morte    2007
Local de morte    Rio de Janeiro, RJ
Foi um instrumentista, pianista, compositor e musicólogo de música popular brasileira.
Aloysio deixou um legado imensurável à cultura brasileira e áreas afins, atuando também como folclorista, professor, pesquisador, diretor de rádio e integrante de várias instituições ligadas à área cultural.
Cearense de Fortaleza, começou a estudar piano com sua tia, aos sete anos. Posteriormente, conheceu Nicolai Orloff, virtuose do piano, que se tornou seu professor e mentor por toda a sua vida, mediante contatos frequentes no Brasil e na Europa, até a morte daquele mestre, nos anos 60.
No Rio de Janeiro, onde estudou com o pianista Barroso Neto, concluiu com louvor o curso de piano no Instituto Nacional de Música, sendo agraciado com a medalha de ouro por seu excelente desempenho. Esse prêmio oportunizou sua ida a Paris, objetivando seu aperfeiçoamento com grandes nomes do piano mundial - Robert Casadeus, Nicolai Orlov, Marguerite Long e Nadia Boulanger -, recebendo no fim do curso o grande prêmio Mention d’Honneur du Concours de Virtuosité, maior prêmio concedido pelo Conservatoire Américain au Palais de Fontainebleau a um músico.
Ao retornar, fixou residência definitiva no Rio de Janeiro, priorizando inicialmente a atividade concertística, realizando concertos diversos pelo país afora. Posteriormente focou seu trabalho nas áreas da docência, composição e pesquisa histórica da música brasileira. Como compositor notabilizou-se pelo “Ciclo de canções afro- brasileiras”, “Cantos indígenas”, “Acalantos brasileiros”, “Suíte sul americana (plano)”, “Suíte brasileira” (ciclo - para 2 pianos), “O Natal brasileiro”, para coro misto, “Ponteios para violão”, “Glória in excelsis”, para soprano e orquestra”, “Sarau de Sinhá” -ballet, para piano a quatro mãos e orquestra sinfônica - além de numerosas peças avulsas para piano solo e música de câmara. Estas obras foram gravadas em, pelo menos, 18 discos LP e CD, no país e no exterior.
 

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Théo de Barros



Teófilo Augusto de Barros Neto, O Théo
10/3/1943 Rio de Janeiro, RJ
Compositor. Instrumentista. Cantor. Arranjador.
Filho do compositor alagoano Teófilo de Barros Filho. Começou a aprender violão aos 11 anos de idade, tendo estudado com Francisco Batista Barros, Tio Manuel, João Caldeira Filho, Leo Perachi e Alfredo Lupi. Compôs sua primeira música, "Saudade pequenina", aos 15 anos de idade.
Em 1962, teve seu primeiro trabalho registrado com a gravação de "Natureza e igrejinha" por Alaíde Costa.
Como cantor, estreou em disco no ano seguinte, interpretando as canções "Vim de Santana" e "Fim", ambas de sua autoria. Ainda em 1963, atuou como contrabaixista no Sexteto Brasileiro de Bossa, e apresentou-se como cantor e músico em televisão e em várias boates paulistas, como João Sebastião Bar, Baiúca e Jogral, entre outras.
Sua canção "Menino das laranjas" foi gravada por Geraldo Vandré em 1964 e por Elis Regina no ano seguinte, projetando-o como compositor.
Em 1966, participou do II Festival de Música Popular Brasileira com sua composição "Disparada" (c/ Geraldo Vandré), interpretada por Jair Rodrigues, Trio Maraiá e Trio Novo. A música obteve o 1º lugar, empatando com "A banda" de Chico Buarque. Ainda nesse ano, juntamente com Aírto Moreira, Heraldo do Monte e Hermeto Pascoal, formou o Quarteto Novo.
Participou de vários outros festivais e dirigiu diversas produções do Teatro de Arena (SP), destacando-se a montagem de "Arena conta Zumbi", de Gianfrancesco Guarnieri e Augusto Boal.
Escreveu, em parceria com Augusto Boal, a peça musical "Arena conta Bolívar", que excursionou, em 1967, pelo México, Peru e EUA, com o elenco do Teatro de Arena.
Participou, como compositor, da trilha sonora de "Quelé do Pajeú", filme dirigido por Anselmo Duarte em 1970.
Em 1972, assinou a direção musical da apresentação de "A capital federal", de Artur Azevedo, encenada no Teatro Anchieta (SP), sob direção geral de Flávio Rangel.
Assinou a produção musical e escreveu arranjos para "Música popular do centro-oeste", coleção de 4 LPs lançada pela gravadora Marcus Pereira.
Em 1979, fundou a Eldorado, em sociedade com Aluísio Falcão, lançando por esta gravadora o LP duplo "Primeiro disco", como compositor, intérprete, arranjador, produtor musical e diretor artístico.
Participou do LP "Raízes e frutos".
De 1981 a 1982, produziu e escreveu os arranjos para dois LPs premiados de Edu da Gaita.
Participou, em 1982, do Festival MPB Shell (Rede Globo), com a canção "Barco sul", composta em parceria com Gilberto Karan.
Trabalhou como arranjador para a Movieplay entre 1990 e 1993, em CDs como "The Best of Antonio Carlos Jobim", "The Beatles in Bossa Nova", "The Best of Chico", "Toquinho e Vinicius", "Pery Ribeiro Songs of Brazil" e "Jane Duboc".
Participou , em 1995, do VII Encontro da MPB com "Fruta nativa", em parceria com Paulo César Pinheiro. Em 1997, lançou o CD "Violão solo".
Atuando também na área publicitária, é autor de mais de 2.000 jingles.

Lelé



Haroldo Paladino, O Lelé
1927 São Paulo
Instrumentista. Pistonista. Foi professor da Escola Municipal de Música de São Paulo.
Iniciou a carreira artística em sua cidade natal tocando em clubes noturnos e em programas de Rádio. No início da década de 1960, criou sua própria orquestra, a Orquestra Haroldo Paladino. Em 1962, fez excursão com sua orquestra à Bolívia. Participou de várias orquestras e no início da década de 1970, passou a integrar a a orquestra do maestro Portinho intitulada Portinho e sua Orquestra Escaldante. Com essa orquestra gravou uma série de LPs intitulada "Fogo nos metais". No LP lançado por essa orquestra em 1971, assim se referiu sobre ele o produtor Alfredo Borba: "Piston. E que piston! Olha, gente, pra quem conhece do "metier", falar do Lelé é chover no molhado. Tem 44 anos de idade, e dá  a impressão de ter 440 de piston. É um gênio no seu instrumento."
 

Nestor Amaral



Nestor Amaral 
Compositor, maestro, cantor e ator, foi educado em escolas públicas brasileiras e chegou nos EUA junto com Carmen Miranda e seu grupo em 1940 . Suas composições: "Velho eo Mar", "Sambiana" e "suspiros".

João Parahyba



João Parahyba
 1950 São Paulo, SP
Percussionista. Compositor. Arranjador.
Em 1981, estudou composição e arranjo no Berkley College of Music (Boston - EUA) e foi professor no Hartford Creative Studio.
Começou a carreira na Boate Jogral, em São Paulo, aos 17 anos.
Em 1968, formou no jogral o Trio Mocotó com Luiz Carlos (Fritz) e Nereu. Nesse mesmo ano o trio começou a desenvolver a batida que ficaria famosa nos anos 70 junto com o violão de Jorge Benjor.
Depois de participar com Jorge Benjor em shows ('Festival do Miden') e gravações ('País tropical'), o Trio Mocotó lançou o primeiro LP intitulado "Muita zorra". Por essa época, participou do show "Encontro" com Vinicius de Moraes e Toquinho.
Nos anos 80, de volta dos EUA, acompanhou Ivan Lins no show "Um novo tempo". Também participou do projeto, "Prisma/Ponte das estrelas", com César Camargo Mariano, no qual se destacou na música "Xique-xique", parceria com o baterista Azael Rodrigues.
A partir de 1985, começou a pesquisar percussão eletrônica, quando colaborou novamente com Ivan Lins em um show da dupla, baseado em teclados e percussão eletrônica e acústica.
Ao longo de sua carreira trabalhou com Milton Nascimento, Paulinho da Viola, Chico Buarque, Gilberto Gil, Dizzy Gillespie, Michel Legrand, Al di Meola, entre outros.
Em 1995, fez uma temporada com Oswaldinho do Acordeon no teatro do Centro Cultural Banco do Brasil. No ano seguinte participou da gravação do LP "Percussão contemporânea brasileira".
Em 1996, lançou seu primeiro disco solo, "Kizumba", pela gravadora Visom. 

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Leonel do Trombone



Leonel José Cardoso, O Leonel do Trombone
Instrumentista e compositor, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 14/7/1912, e faleceu na mesma cidade, em 17/4/1997. Aos 13 anos recebeu primeiras lições de trombone do pai, Benedito José Cardoso, que tocava o instrumento na banda da Polícia Militar do Rio de Janeiro.
Aos 17 anos participou de uma exibição do Regional de Luís Americano, no Clube dos Marinheiros, de São João do Meriti, RJ. Foi então convidado a integrar regularmente o conjunto. Durante os quatro anos seguintes tocou com o regional do Dancing Avenida e depois no Brasil Dancing, do Rio de Janeiro.
Em 1939, ainda com o regional, participou na Victor e na Odeon de acompanhamentos de gravações de vários artistas famosos da época: inicialmente Ciro Monteiro e Odete Amaral, mais tarde Francisco Alves, Carmélia Alves e Trio de Ouro.
Com Abel Ferreira, Dino e Meira, trabalhou vários anos para gravações e espetáculos do Trio de Ouro, com o qual chegou a exibir-se no Uruguai. Participou de espetáculos nos cassinos da Urca (Rio de Janeiro), de Icaraí (Niterói RJ) e no Quitandinha(Petrópolis RJ), na Rádio Nacional e na Rádio Guanabara, do Rio de Janeiro.
Periodicamente acompanhava Francisco Alves e o Trio de Ouro em suas excursões a São Paulo, onde acabou fixando residência a partir de 1943. Embora viajasse freqüentemente ao Rio de Janeiro, para shows especiais e gravações, trabalhava regularmente como membro do Regional do Armandinho, na Rádio Record, de São Paulo.
Mais tarde integrou a orquestra da Record quando Gabriel Migliori a dirigia no programa Um Milhão de Melodias, e também realizou apresentações esporádicas no Cassino Atlântico, de Santos SP.
Sua primeira composição, em parceria com Rubens Santos, foi gravada na Continental em 1946: a marcha Pára o bonde, interpretada por Rubens Santos. Participou de cenas dos filmes cariocas Este mundo é um pandeiro (de Watson Macedo), 1947, e Tudo azul (de Moacir Fenelon), 1952.
Em 1952 entrou para a Rádio Cultura, onde tocava no programa A Hora da Peneira Rhodine. Paralelamente fazia parte da orquestra do Avenida Danças e, por pouco tempo, participou da orquestra de Clóvis & Eli.
Em 1953 fez parte da orquestra organizada por Ary Barroso que excursionou pela América Latina. Em 1954 gravou — pela primeira vez como solista — o choro de sua autoria O trombone do Leonel, para a Continental, com acompanhamento do Regional do Poli. Organizou, por essa época, o Leonel do Trombone e seu Conjunto, para shows e bailes.
A Continental lançou em 1958 seu primeiro LP, O negócio é gafieira, que incluía os choros Braseiro e Choro do gato (ambos com Mário Vieira) e o maxixe Sacrilégio (com Moacir Braga).
Em 1962 participou de uma das caravanas organizadas por Humberto Teixeira e exibiu-se na Europa com Waldir Azevedo, Poli, Francisco Carlos e Outros artistas. De volta a São Paulo, passou a integrar o conjunto de Roberto Ferri, que animava bailes, tocou na orquestra que o maestro Luís Arruda Pais dirigia na TV Tupi e também fez parte de outra orquestra de shows e bailes, Arlindo e seus Pingüins.
Em 1970 gravou para a Copacabana Samba abalanço, seu segundo LP. Além da faixa-título (de sua autoria), o disco incluiu interpretações suas em Pena verde (Abílio Manoel), Hoje (Taiguara) e Foi um rio que passou em minha vida (Paulinho da Viola).
Considerou-se aposentado em 1974, passando a limitar suas apresentações a reuniões com amigos, embora abrisse algumas exceções para participar de shows, como os deFrancisco Petrônio e de Carmélia Alves.

Bide da Flauta



Bide da Flauta
Fez Parte do conjunto musical velha guarda juntamente com Pixinguinha, Donga , João da Baiana e outros

Carolina Cardoso de Menezes



Carolina Cardoso de Menezes Cavalcanti
Rio de Janeiro, 27 de maio de 1916 - 31 de dezembro de 1999
Foi uma compositora e pianista brasileira.
Carolina teve suas primeiras lições de piano com seus pais, Osvaldo Cardoso de Menezes e Dona Sinhá. A partir dos 13 anos de idade, passou a estudar o instrumento com Zaíra Braga, aperfeiçoando-se posteriormente com os professores Gabriel de Almeida e Paulino Chaves. Teve também a oportunidade de conhecer Chiquinha Gonzaga, com quem teve algumas aulas.
Formou-se pelo Instituto Nacional de Música em teoria musical e solfejo, seguindo os estudos em harmonia com seu primo Newton Pádua .
Tornou-se famosa graças ao rádio, onde começou em 1930 e tocou como pianista contatada de várias emissoras, como as rádios Tupi, Educadora e Mayrink Veiga. Nas rádios, acompanhava como instrumentista os mais célebres cantores da época ou como integrante de formações instrumentais ou orquestras. Lançou também inúmeros discos solo - o primeiro em 1931, com composições de grandes artistas nacionais, além de suas próprias composições. Sua última gravação lançada comercialmente foi realizada em 1999.
Era especialista em choros e sambas, executando-os em arranjos considerados ousados e modernos para a época. Incorporou diversos ritmos, do foxtrot ao rock'n roll, apresentando-se até no ano de sua morte. Pouco antes de morrer, revelou-se "desapontada" por não haver sido convidada para exibir-se na minissérie de TV Chiquinha Gonzaga, da rede Globo .  

Guio de Morais



Guio de Morais
Guiomarino Rubens Duarte
20/8/1920 Recife, PE
Começou a atuar artisticamente com apenas 14 anos de idade. Pouco depois, atuou no conjunto "Os malucos do ritmo". Foi diretor de espetáculos musicais. Dirigiu shows de cantores como Ataulfo Alves, Jorge Veiga e Aracy de Almeida. Atuou também como diretor artístico de diversas emissoras de Rádio nordestinas. Em Belo Horizonte, organizou sua primeira orquestra, intitulada de "Guio de Morais e Seus Parentes". Em 1950, teve o choro "Casca grossa" gravado na Todamérica por Chiquinho do Acordeom. Nessa época, passou a atuar como diretor musical da Boate Beguin, além de ver gravado por Luiz Gonzaga na RCA Victor aquele que seria um de seus maiores sucesso, assim como do próprio "Rei do Baião", o baião "No Ceará não tem disso não". Ainda em 1950, passou a atuar na gravadora Continental onde acompanhou nesse ano (com o grupo Guio de Morais e Seus Parentes) a cantora Marlene na gravação do choro "Esposa modelo", de José Maria de Abreu e Carlos R. B. de Souza, e do sucesso que foi a polca "Tome polca", de José Maria de Abreu e Luiz Peixoto, e a cantora Emilinha Borba na gravação da marcha-baião "Bate o bombo", de Humberto Teixeira, e da marcha "Tomara que chova", de Paquito e Romeu Gentil, sucesso carnavalesco da cantora. No mesmo ano, começou a atuar também na gravadora Todamérica na qual acompanhou artistas com seu Conjunto, sua orquestra, Seu Ritmo, Seus Parentes e Os Boêmios, todos grupos instrumentais criados e dirigidos por ele. O primeiro desses acompanhamentos foi da cantora Helena de Lima na gravação do baião "Bodocongó", de Humberto Teixeira e Cícero Nunes, e do remeleixo "Oi, que tá bom, tá", de Humberto Teixeira e Lauro Maia, que contou com o acompanhamento de Guio de Morais e Os Boêmios. Na Todamérica acompanhou gravações de Chiquinho do Acordeom, Ademilde Fonseca, Luiz Vieira, Araci Costa, Dóris Monteiro, Virgínia Lane, Elizeth Cardoso, Vitor Bacelar, Alice Gonzaga, Hélio Paiva,Trio Rubi, Geni Martins, Léo Vaz, Julinha Silva, Jair Avelar, Carlos Nobre, Ataulfo Alves e Suas Pastoras, Heleninha Costa, Ted Moreno, Antônio Martins, Odete Amaral, José Tobias, e Toni de Matos.
Em 1951, a marcha "Sai, assombração", foi gravada por Diva Camargo no selo Carnaval, e o baião "Qual o que!", com Jucatã, foi registrado pelo grupo Quitandinha Serenaders na Odeon. No mesmo ano, Osvaldo Borba e sua orquestra lançou pela Odeon o frevo "Esbodegado", e Zé Gonzaga, irmão de Luiz Gonzaga, gravou, também na Odeon, a marcha "Tô doido que chegue!". Também nesse mesmo ano, obteve outro razoável sucesso na voz de Luiz Gonzaga, o baião "Baião da Penha", parceria com David Nasser. Acompanhou com o grupo Guio de Morais e Seus Parentes a cantora Ademilde Fonseca na gravação dos choros "Galo garnizé", de Antônio Almeida, Luiz Gonzaga e Miguel Lima, e "Pedacinhos do céu", de Valdir Azevedo com letra de Miguel Lima, clássicos do repertório da cantora. Em 1952, seu frevo-canção "Eis o frevo", com Geraldo Medeiros, foi gravado por Diamantina Gomes e Orquestra de Osvaldo Borba pela Odeon, e os baiões "São João do carneirinho" e "Ai! Miquilina", ambos com Luiz Gonzaga, foram gravados na RCA Victor respectivamente por Luiz Gonzaga e pelo grupo vocal Quatro Ases e Um Coringa, além do choro "Pitoresco", que foi lançado por Canhoto e Seu Regional pela RCA Victor. Também nesse ano, outra de suas parcerias com Luiz Gonzaga foi gravada com sucesso pelo "Rei do Baião" e acabou por tornar-se um clássico da música popular brasileira: o maracatu "Pau de arara", que conta as agruras do migrante nordetino e seu deslocamento do nordeste em direção ao sudeste nos tristemente famosos caminhões "pau-de-arara". Também no mesmo período, o samba-canção "Saudade", foi gravado na Continental por Jimmy Lester, marido da cantora Carmélia Alves. Ainda em 1952, fez a primeira gravação solo com o grupo Guio de Morais e Seus Parentes interpretando pela Odeon o baião "Kalu", de Humberto Teixeira, a "Serenata de Schubert", em ritmo de samba, o frevo "Fogão", de Sérgio Lisboa, e o frevo-canção "Raminho de flores", dos Irmãos Valença. Nesse mesmo ano, acompanhou com seu conjunto a cantora Emilinha Borba na gravação do baião "Cacimbão", de Humberto Teixeira e Felícia Godoy, e com sua orquestra na gravação do mambo "Filho de mineiro", de José Gonçalves e Zilda Gonçalves, e com o grupo Guio de Morais e seus Parentes na gravação do samba "Aconteceu", de Peterpan, e do bolero "Bandolins ao luar", de Green e Lourival Faissal. Em 1953, seu mambo "El tarado" foi gravado na Odeon por Osvaldo Borba e Sua Orquestra. Gravou nesse ano como o grupo Guio de Morais e Seus Parentes o choro "Gaúcho", de Chiquinha Gonzaga, o baião "Cuco", de Pascoal Melillo, e o choro "Não chaquaia moço!", de sua autoria, além do "Baião da garoa", de Luiz Gonzaga e Hervê Cordovil, essas duas últimas, em disco somente lançado em meados do ano seguinte. Acompanhou ainda com sua orquestra a gravação da fantasia "Festa canora", de Humberto Teixeira, e da toada "Asa branca", de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira feitas por Jorge Goulart com os Trios Madrigal e Melodia; e com o grupo Guio de Morais e Seus Parentes, acompanhou Marlene na gravação de "Jambalaya", de Hank Williams e Ariovaldo Pires, e do mambo "Telefonando", de Getúlio Macedo e Bené Alexandre. Também em 1953, na gravadora Todamérica gravou com o grupo Guio de Morais e Seus Parentes o baião "Trem paulista", de Antônio Almeida e Felícia Godoy, e o baião-maxixe "A bandinha do Zé Caititu", de Felícia Godoy. Fez em 1954 os arranjos para a "Melodia em fá", de A. Rubinstein, gravada em ritmo de bolero por Osvaldo Borba e sua orquestra, e acompanhou com o grupo Guio de Morais e Seus Parentes a cantora Linda Rodrigues na gravação do samba "Sereno cai", de Raul Sampaio e Ricardo Galeno, e da marcha "Tá tão bom!", de Três Amigos. Nesse ano, gravou com o grupo Guio de Morais e Seus Parentes a valsa "That´s amore", de Jack Brooks e Harry Warren, o fox "Secret love", de P. F. Webster e Sammy Fain, a "Dança ritual do fogo", de Manoel de Falla, o choro "Prova dos nove", de Felícia Godoy, e os sambas "Timidez", de Wilson Batista e Marcléo, e "Perdão, Senhor!", de Raul Marques, Orlando Soares e Heber Lobato. Ainda nessa época, passou a atuar como músico de estúdio da gravadora Continental na qual fez gravações de acompanhamento com sua orquestra, seu conjunto e o grupo Guio de Morais e seus Parentes, iniciando as novas funções com a cantora Marlene na gravação dos baiões "É sempre o papai", de Miguel Gustavo, este, um grande sucesso, lançado para abrir as comemorações do "Dia do Pai", e "Zé da Gota", de Luiz Vieira, acompanhados por conjunto. Na Continental, fez acompanhamento para gravações dos Vocalistas Tropicais, Venilton Santos, Vera Lúcia, Mara Silva, Emilinha Borba, Valdir Azevedo, e Ruy Rey. Em 1955, seu baião "Meu brejão" foi gravado na Columbia por Aldair Soares, o choro "É o maior", com Roberto Barbosa, foi lançado na Copacabana por Pernambuco do Pandeiro, enquanto que o baião "Pau de arara", foi regravado por Carmélia Alves em disco da gravadora Copacabana. No mesmo ano, gravou na Todamérica com sua orquestra o beguine "Escale a vitória", de Varel e Bailly, o choro "Matusca", de Felícia Godoy, o potpourri "Rapsódia mineira", com as canções "Minas Gerais", "Peixe vivo" e "Samba Lelê tá doente", e em ritmo de samba, a cantiga de roda "Atirei um pau no gato", temas populares com arranjos de Antônio Almeida e Felícia Godoy. Ainda nesse ano, acompanhou com seu conjunto pela Continental a gravação do baião "Bibape do Ceará", de Catulo de Paula e Carlos Galindo, sucesso na voz de Catulo de Paula.
Em 1956, seu samba "Eu quero um samba" foi gravado por Léo Romano na Odeon, e gravou com sua orquestra pela Todamérica o samba "Sua excelência o ritmo", de Felícia Godoy, os motivos populares "Casinha pequenina" e "Prenda minha" com arranjos de Antônio Almeida e Felícia Godoy, o samba "Falsa baiana", de Geraldo Pereira, e o maxixe "Artigo do dia", de Felícia Godoy. Ainda em 1956, gravou na Continental com sua orquestra o choro "No paraíso das mulatas", e o samba-canção "Meditação", de sua autoria. Nesse período, atuou também com sua orquestra e com seu conjunto na gravadora Polydor. Em 1957, fez a instrumentação para o LP "As cantigas de Lampião", do ex-cangaceiro Volta Seca. Nesse ano, fez os arranjos para o LP "Tudo me lembra você", o primeiro da cantora Odete Amaral na gravadora Todamérica. Em 1958, seu samba "De perna bamba" foi gravado pelo Trio Irakitan na Odeon. Nesse ano, participou da excursão ao exterior idealizada por Humberto Teixeira, autor da lei que lhe trazia o nome, quando percorreram a Europa divulgando a música brasileira ao lado de Abel Ferreira, Sivuca, Pernambuco, Dimas e do Trio Ikakitan. Nessa ocasião, participou da gravação do famoso e raro LP "Os brasileiros na Europa", em que aparece na foto do encarte com todos os participantes da caravana vestidos com ternos amarelos tendo ao fundo um típico ônibus londrino. Nesse disco, participou com o Trio Irakitan da interpretação das músicas "Carrapicho", "Vai com jeito", "Zezé" e "Fantasia carioca", além de "Maracangalha", "A fonte secou", "Vai na paz de Deus"; "O baião em Paris" e "Mulata, mulata". Em 1959, teve os sambas "Vai meu samba" gravado por Léo Vaz, e "Turista", lançado por Heleninha Costa, ambos pela Todamérica. Nesse ano, acompanhou com sua orquestra a gravação de dois sucessos, o samba-canção "Gênio mau", de Augusto Mesquita e Jaime Florence na voz de Odete Amaral, e o maracatu "Eh! Ua! Calunga", de Capiba na voz de José Tobias.
Em 1962, teve a música "Sossego de você" gravado por Jamelão na Continental no LP "Jamelão canta para enamorados". No mesmo ano, Jamelão gravou o samba-canção "Quem sou eu" no LP "Aqui mora o ritmo" da gravadora Continental. Atuou na década de 1960 como maestro e arranjador na TV Globo. Com uma intensa atuação no meio musical, especialmente nos anos 1950 e 1960, destacou-se tanto como compositor quanto como arranjador e maestro